Ei pessoal, dando uma passadinha aqui nesse blog para falar com vocês sobre um assunto muito importante. Vocês sabiam que no dia 02 de abril comemoramos o Dia Mundial da Conscientização do Autismo? Sim, é verdade e também o mês de abril é considerado como abril azul, sabem porquê?
Bem, o Dia Mundial da Conscientização do Autismo foi uma iniciativa da Organização das Nações Unidas (ONU), em 2007, visando colocar em evidência o autismo e ajudar na reflexão da população mundial sobre esse transtorno no neurodesenvolvimento que afeta milhões de pessoas em todo o mundo.
Esse dia serve para alertar a sociedade, os governantes, a todos sobre o Transtorno do Espectro Autista, para assim, ajudar a derrubar preconceitos, lutar contra a segregação e o capacitismo através da informação sobre os detalhes dessa condição. Afinal, todo mundo cabe no mundo, não é mesmo? Inclusive as pessoas com autismo.
Sobre essa curiosidade da escolha da cor azul, você sabia que ela foi definida como o símbolo do autismo? Isso mesmo. A escolha se deu porque o Transtorno é mais comum nos meninos, segundo pesquisas, a proporção é de quatro meninos para cada menina com autismo.
Buscando saber mais sobre o autismo, eu li que os norte-americanos criaram o movimento Light It Up Blue (ou seja, iluminar de azul, traduzido do inglês) com objetivo de promover a sensibilização e conscientização para a inclusão de pessoas autistas na sociedade. Nesta data, a proposta é iluminar de azul alguns pontos turísticos e isso acontece em diversos lugares no mundo.
Outras iniciativas também são promovidas a fim de contribuir na conscientização da causa, como as pessoas usarem roupas de cor azul para simbolizar o Transtorno.
No Brasil há muitas atividades em diversos estados e municípios como: caminhadas, palestras, divulgação nas redes sociais, uso dos símbolos do autismo como o quebra cabeça e a fita de conscientização, etc.
Falando um pouco sobre os símbolos do autismo, já mencionei a cor azul, mas fiquei curiosa e fui entender sobre o quebra cabeça e a fita. Você sabe o motivo dessas escolhas? Bom, segundo minhas pesquisas no Instituto Neurosaber, o quebra cabeça é um símbolo que representa a complexidade do Transtorno de Espectro Autista — TEA. Foi usado pela primeira vez em 1963 e popularizado pela Autism Speaks, entidade norte americana.
A ideia é usar o quebra cabeça para simbolizar as dificuldades de compreensão enfrentadas pelas pessoas com autismo. No entanto, é alvo de muitas críticas, pois muitas pessoas entendem o quebra cabeça como um símbolo daquele que não se encaixa na sociedade.
Já a fita de conscientização de quebra cabeça foi adotada em 1999 como o sinal universal da consciência do autismo. Embora esta imagem seja uma marca registrada da Autism Society, a organização concedeu o uso a outras organizações sem fins lucrativos a fim de promover a conscientização sobre o espectro.
O padrão do quebra cabeça representa a complexidade do espectro do autismo e as diferentes cores e formas representam a diversidade das pessoas e famílias que vivem com a condição.
O brilho da fita sinaliza a esperança de que, através de uma maior conscientização, intervenção precoce e acesso a tratamentos adequados, as pessoas com autismo levem uma vida plena, capaz de interagir com o mundo em seus próprios termos. A fita de conscientização é usada para identificar lugares onde as pessoas com autismo são bem-vindas.
Ainda que o padrão de quebra cabeça gere opiniões divergentes sobre o símbolo, ele é um dos mais conhecidos e reconhecidos pelas pessoas. Aqueles que apoiam o símbolo acreditam que ele é importante para a aceitação e compreensão das pessoas com TEA, visto que elas têm um mundo, muitas vezes, enigmático para todos nós.
O autismo, assim como a Síndrome de Down, são temas muito importantes para pensarmos a inclusão e por isso, que no meu podcast já trouxemos alguns parceiros para conversar sobre isso com a gente.
Quero destacar e, te convidar a ouvir o episódio 03, da temporada 02 do meu podcast Inclusive Luísa, onde conversei com a Talita Pagani, especialista em acessibilidade digital que investigou e sistematizou soluções de sucesso de design de interfaces acessíveis a pessoas com autismo. Está super legal!
Por fim, quero compartilhar uma outra curiosidade sobre o autismo. Descobri que existem algumas pessoas famosas que tem autismo e a gente nem sabia. Por exemplo:
Greta Thunberg, uma jovem ativista sueca que tem Síndrome de Asperger, considerado um tipo leve de autismo, ou autismo de grau 1. Ela é referência na luta pela conscientização sobre as mudanças climáticas, foi indicada ao Prêmio Nobel da Paz em 2019 e trata o Asperger como um superpoder, não uma limitação;
Susan Boyle, cantora escocesa que encantou o mundo com sua voz no Britain’s Got Talent, em 2009. Sua voz a fez conquistar o título de álbum de estreia mais vendido no Reino Unido. E, em 2013, revelou ter Síndrome de Asperger, que só foi diagnosticada aos 60 anos. Além disso, segundo ela, o diagnóstico a ajudou na autoaceitação;
Elon Musk é, sem dúvidas, um dos homens mais ricos do mundo. Presidente da SpaceX e da Tesla, revelou, em 2021, ter Síndrome de Asperger.
Greta Thunberg Susan Boyle Elon Musk
Esses foram alguns nomes, mas tem muitos outros por aí.
No Brasil, por exemplo, o nome mais conhecido quando se trata da causa do autismo é sem dúvidas, o nome Romeo Mion, filho do apresentador Marcos Mion. Inclusive, sua atuação é tão efetiva que em 2020, foi sancionada a lei nº 13.977, conhecida como lei Romeo Mion, que estabelece a emissão de uma Carteira de Identificação da Pessoa com Transtorno do Espectro Autista (TEA). Seu nome foi inspirado no adolescente Romeo, de 16 anos, que é filho do apresentador de televisão Marcos Mion e está no espectro.
Viu só, quanta informação bacana?! Ainda tem muito mais coisas para descobrirmos sobre o autismo. Você pode ajudar a conscientizar a sociedade sobre o TEA e atuar também na luta por uma sociedade inclusiva.
Algumas dicas que te dou para começar é:
Busque aprender mais sobre o assunto. Leia, tire dúvidas, converse com profissionais
Tente envolver-se mais na causa participando de eventos, programas e serviços para pessoas autistas em sua cidade e caso não haja nenhum, quem sabe seja você o/a primeiro/a a criar um evento.
Utilize as suas redes sociais para divulgar informações, histórias de pessoas com autismo, isso pode ajudar alcançar outras pessoas e inspirar a envolver-se mais com o tema.
Conviva com pessoas e família de pessoas com autismo, certamente você aprenderá muito mais sobre o transtorno do que os estudos e leituras podem te dar. Aposte na experiência.
E uma ação muito importante que deve considerar é, combater informações falsas, pois elas reforçam o capacitismo e enfraquecem a luta por uma sociedade inclusiva.
Juntos/as pelo autismo, juntos/as pela Síndrome de Down, juntos/as pela inclusão, pois todos nós cabemos no mundo.
Inclusive Greta Thunberg, inclusive Susan Boyle, inclusive Elon Musk, inclusive Romeo Mion, inclusive eu, Luísa Camargos e inclusive você!
Abraços carinhosos,
Luísa Camargos
コメント